Decidi dedicar o meu primeiro post ao meu pai, o grande ?responsável? pela ?sportinguite aguda? que, irreversível e felizmente (digo eu), se apoderou de tal forma da minha pessoa que, para me caracterizar é obrigatório relevar o meu sportinguismo inveterado.
Inveterado, mas não fanático. Convicto, mas não fundamentalista. Exacerbado, por vezes, mas não desonesto. Apaixonado, sempre, mas não doentio. É assim que me defino, futebolisticamente falando (e não só).
São muitos anos a observar atenta e apaixonadamente o futebol, são muitas tardes e noites de glória e também de algum sofrimento, são muitas conversas e desabafos partilhados com todos os verdadeiros sportinguistas, em especial com o meu pai, companheiro de todas as horas, desde sempre.
Recentemente (já lá vão 8/9 anos !!!!), a ?equipa? aumentou para 4. A nós dois juntaram-se o meu grande amigo PSN e o seu pai. Devo confessar que foi amizade à primeira vista. Conhecemo-nos na faculdade e as múltiplas afinidades fizeram o resto! Entre elas está, obviamente, o nosso Sporting. Mas não só: o pensamento político, os valores, a mentalidade, os objectivos de vida ou as crenças foram outros factores que nos aproximaram para sempre, tenho a certeza.
Feita esta introdução, vamos ao que interessa.
Embora pudesse começar pela atmosfera turbulenta que se vive presentemente o futebol português ou, por exemplo, pela nomeação do Senhor Juiz Conselheiro Pinto Monteiro para Procurador-Geral da República, apetece-me fazer uma homenagem aos jogadores do Sporting que me fizeram gostar de futebol. Assim, vou fazer o meu onze preferido de jogadores que passaram pelo Sporting. Devo salientar que a escolha nem sempre está directamente relacionada com a qualidade do jogador. É perfeitamente possível, e até bastante provável, que o onze a enunciar não corresponda ao melhor onze de sempre. Nem é esse o objectivo. Tratam-se antes de jogadores que vi jogar e que aprendi a admirar e que, de uma maneira ou de outra, me marcaram, influenciando decisivamente a forma como vejo e me divirto com o futebol.
Guarda-RedesSó podia ser o
Vítor Damas. Carisma, presença, amor à camisola, além das excepcionais qualidades técnicas. Nunca mais me esquecerei dos 7-1 ao nosso grande rival!
Defesa DireitoPodia escolher o Nelson, até porque o
Carlos Xavier originariamente até era médio. Mas não, escolho o
Carlos Xavier. Um jogador multifacetado, por vezes genial, um exemplo de dedicação ao clube
Centrais
André Cruz e
Luisinho. Uma dupla de internacionais canarinhos. Infelizmente não jogaram juntos, mas imagine-se o que seria!
André Cruz: um exemplo dentro e fora de campo, colocação e sentido de jogo notáveis, técnica fantástica (para defesa e não só), espírito de liderança, Como se não bastasse, ficou ligado aos dois últimos campeonatos ganhos pelo Sporting.
Luisinho: outro exemplo dentro e fora de campo. Chegou ao Sporting já como um jogador consagrado. Liderança natural, espírito vencedor, a bola para ele não tinha segredos. Um jogador que marcou pela categoria associada à descrição e eficácia.
Defesa Esquerdo
Rui Jorge. Admito uma predilecção especial por este jogador. Grande carácter, um vencedor nato. É provavelmente um dos jogadores que mais campeonatos ganhou em Portugal. Serviu sempre o Sporting, como se fosse sportinguista desde pequenino (não se pode ter só qualidades?.).
Médio defensivoEscolho o
Paulo Sousa por duas razões fundamentais: (i) sendo um líder, em forma, não vi muitos jogadores que se lhe pudessem equivaler nas suas funções. Quase perfeito. A única pecha era o remate. Por outro lado, (ii) pela forma como chegou ao Sporting, vindo directamente do Benfica. Assisti ?in loco? à conferência de imprensa de apresentação do jogador e jamais me esquecerei da emoção que todos nós sentimos!
Médio CentroOceano. Um símbolo do Sporting. Esforço, dedicação e glória. Pena que tenha jogado em equipas que não foram vencedoras. Um caso raro de honestidade e verticalidade no futebol. Um exemplo para os mais jovens.
Médio OfensivoO grande
Balakov. Fantástico jogador, técnica incrível, profissionalismo ímpar. Passou ao lado de uma carreira ainda melhor. Viveu à sombra de Stoitchkov na selecção búlgara, não lhe sendo, na minha opinião, inferior. Só que o Stoichkov jogava no Barcelona?.
Extremos
Figo e
Cherbakov. Não há muito mais a dizer sobre
Figo. Impressiona-me sobretudo a sua perseverança, a sua capacidade de se manter ao mais alto nível durante tanto tempo, a forma hábil e ascendente como conduziu a sua carreira. Uma bandeira do futebol português, o exemplo de que com força de vontade, ambição e persistência (o talento e qualidades físicas invejáveis também ajudaram, claro) os nossos objectivos ficam mais próximos.
Cherbakov: por tudo. Pelo talento que tinha e pela carreira brilhante que se lhe augurava e que faria dele, certamente, um dos melhores jogadores do mundo da sua geração. Pelo acidente que teve e pelo seu impacto. Foi um soco no estômago, um acordar para a vida e um verificar que não estamos, efectivamente, no melhor dos mundos possível?.
Avançado
Jardel. Hesitei. Ponderei escolher o Manuel Fernandes, o Liedson ou o Acosta, mas optei pelo
Jardel. Porquê? Simplesmente porque o seu nome é mesmo sinónimo de golos. Preciso fazer um grande esforço de memória (e nem assim chego a algum outro jogador) para identificar um jogador que no panorama mundial tivesse tamanha atracção pelo golo (?killer instinct? como diz Bobby Robson). A sua capacidade para estar no sítio certo e facturar é de tal ordem que parece ter um íman nos pés e na cabeça: a bola vai ter sempre com ele! Um goleador a quem penso que nunca terá sido dado o devido valor, pelo menos em termos internacionais. Sem dúvida, único. Mesmo em termos nacionais, só se terá a exacta noção dos seus feitos daqui a alguns anos. Inigualável!