Ganhar o futuro

Como já referi noutras ocasiões, os sportinguistas andam adormecidos. Mas não é de agora.

Embora nesta última época a crise de crença se tenha agudizado, é mais ou menos a partir do momento em que José Roquete sobe à presidência que nós, sportinguistas, temos vindo a viver o Sporting de forma menos participativa, menos irracional e, consequentemente, menos apaixonada.

Não discuto aqui os méritos da gestão/projecto Roquete, não ponho sequer em causa que as presidências populistas de Jorge Gonçalves ou Sousa Cintra não beneficiaram o Sporting. Concedo, pois, que durante este período viveram-se momentos que extravasaram e ultrapassaram a racionalidade económica dos números, a obstinação do "passivo", a empresarialização do Sporting. Nunca me esquecerei da vitória do campeonato de 2000 com Inácio, jamais sairá da minha cabeça a emoção da dobradinha de 2002.

Mas, fora esses poucos (mas bons, é certo) momentos gloriosos, no que é que o Sporting se tornou? Continuamos, admito, a gerar jogadores de categoria, construímos um estádio, pusémos de pé uma academia. Mas e os adeptos? Onde estão os adeptos? Onde estão as manifestações colectivas e inexplicáveis de sentimento de pertença e de identificação imediata?

Como é lógico, estes fenómenos acontecem mais facilmente nas vitórias e quando as pessoas sentem que são ouvidas, quando existe um sentimento de comunidade. Em síntese, quando jogadores, direcção, massa adepta são um só.

Ora, amanhã é sem dúvida uma excelente oportunidade para se dar o pontapé de saída no sentido da reconciliação do Sporting com os seus adeptos e vice-versa.

É o tempo certo para se dar a viragem que o Sporting necessita. Até porque não é todos os dias que se pode ir às meias-finais de uma competição europeia (em toda a nossa história apenas fomos três...)!

Vamos ganhar o futuro!