IORDA - HERÓI INJUSTIÇADO

É hoje notícia a frustração das negociações entre o Sporting e Iordanov no sentido da resolução de um litígio que se prende com a realização de um jogo de despedida do ex-jogador leonino.

Com efeito, apesar de o jogo de despedida se encontrar alegadamente previsto no contrato entre o Sporting e o jogador, o mesmo nunca se chegou a realizar por alegada falta de interesse do Sporting.

Pessoalmente, sinto uma enorme tristeza pela forma como os ex-jogadores do Sporting são tratados pela instituição.

Importa notar que não estamos a falar de um jogador qualquer. Estamos a falar de Iordanov, um jogador que comia a relva pelo Sporting e que conseguiu, por amor ao desporto e ao Sporting, ultrapassar uma doença muito complicada.

Recordo-me que Iordanov foi o principal responsável pela conquista da taça de Portugal 94/95, a qual quebrou um jejum de 14 anos sem vencer qualquer título.

Foi ainda, o primeiro capitão de equipa do Sporting de nacionalidade estrangeira.
Iordanov foi um exemplo de profissionalismo, dedicação ao clube e exemplo para os mais jovens. Deu muitas alegrias aos Sportinguistas, foi um ídolo para muitos miúdos (lembro-me que, na escola, muitos dos meus colegas se auto-alcunhavam de Iorda)

Iordanov é, incontornavelmente, um símbolo dos anos 90 do Sporting.

Por tudo isto, pesa-me agora que o Sporting esteja a tratar Iordanov desta forma pouco digna, recusando-se teimosamente em cumprir a última vontade desportiva do ex-jogador, que não é mais do que fazer um simples jogo de despedida.

Alega o Sporting que o jogo não terá interesse, terá fraca receita e será um prejuízo para a organização.

Não conheço os contornos que envolvem o jogo de despedida, mas, ainda que custe alguma coisa ao Sporting, não tenho dúvida alguma que o Iordanov merece.

As homenagens à porta da morgue, com palavras bonitas e com a bandeira verde e branca por cima do caixão, pecam por tardias.

Honremos os nossos heróis enquanto são vivos!