OS VISCONDES

Reflectir o Sporting e a Nação à moda antiga

sexta-feira, junho 20, 2008

Adeus Inglório

Após um trajecto ascendente nos 3 últimos europeus (quartos, meias e final), voltámos ao princípio. Um oitavo lugar que sabe a pouco, tendo em consideração a festa antecipada e as expectativas criadas.

No fundo, foi muita parra e pouca uva...

Portugal, com mais 4 dias de preparação que a Alemanha, não soube entrar a matar, com uma atitude pressionante na busca da posse de bola, que era o nosso ponto forte. Ao invés, sofremos a pressão de uma equipa que tinha jogado há 72 horas atrás.

Nunca senti que tivéssemos controlado o jogo. A circulação foi feita a espaços e nem sempre consequente. Deco esteve inspirado e genial, mas a falta de altura na frente de ataque e a desinspiração dos remates de meia distância dos seus companheiros, tornaram inglória a sua noite.

A sorte, por seu turno, não quis nada connosco. A lesão e saída prematura de Moutinho teve efeitos na circulação de bola.

Ricardo, mais uma vez, não esteve bem. Contudo, não o crucifico. Se é certo que não esteve bem no último golo, não é menos verdade que houve falta de Ballack e uma deficiente cobertura de Paulo Ferreira que permitiu a antecipação e o "encosto".

O fracasso deveu-se também à ausência de Ronaldo. Nunca apareceu neste europeu, apesar do golo marcado contra a República Checa. Andou sempre escondido, nunca assumiu a responsabilidade e nunca fez a diferença, ao contrário do que se esperava. Pressão? Ego? Falta de concentração? Seja qual for o motivo, a verdade é que esta selecção teve pouco Ronaldo.

É o fim de um ciclo que, no cômputo geral, foi positivo. Scolari pôs Portugal no mapa do futebol. Criou uma equipa respeitada e admirada e mobilizou o mundo Português em torno da selecção. O nosso "obrigado, Scolari".

Destaque, por último, para o nosso Postiga, que deixou a sua marca no euro com um golo de belo efeito. Postiga é craque em encontrar espaços para finalizar, está sempre no sítio certo e é sagaz na finalização. Temos reforço!

1 Comments:

At 3:30 da tarde, Blogger RBS said...

Ilustre

Concordo com a análise realizada, tanto ao jogo como ao percurso de Scolari na selecção. Se há mérito que temos que dar (pq prémios e trofeus não há) foi o de pela primeira vez, termos um país inteiro a apoiar a selecção, e isso para mim vale bem mais...

Mas não há bela sem senão...

Talvez por estar um pouco a quente, não posso deixar de expressar a minha tristeza com a performance desta equipa nos últimos 2 anos. Lembrem-se do percurso realizado no europeu, onde só garantimos o apuramento no último jogo...No jogo contra a a Rep. Checa, onde estivemos muito perto de os deixar empatar. Isto para dizer que esta selecção relevou sempre algum nervosismo, salvo algumas excepções (Deco, Pepe e Ricardo Carvalho).

A meu ver, a capacidade motivacional do Filipão só é superada pela sua teimosia. E isso revelou-se crucial para a derrota no jogo de ontem. Teimosia em não colocar os jogadores que poderiam contrapor o jogo aéreo da Alemanha (Meira ou Bruno Alves), não abdicar do 4-2-3-1 nem que o mundo esteja para acabar... Enfim...

Embora tenha os seus defeitos, acredito que o Filipão fez muita coisa boa pela selecção, e que dentro em breve podemos vir a colher os frutos do seu percurso. Até porque estarmos desiludos em perder nos 4ºs com a Alemanha é bom sinal, é sinal de que estamos mal habituados e queremos sempre mais. Ambição não falta a esta equipa!!

Agora é ver a final Alemanha/Itália e esperar pelo nosso SCP na Champions.

Saudações Leoninas

 

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