OS VISCONDES

Reflectir o Sporting e a Nação à moda antiga

quinta-feira, outubro 19, 2006

A nossa sina!

Pois é...o inevitável fado de que falava ontem ("Sentimento") voltou a fazer-se sentir no jogo contra o Bayern.

Contudo, ao contrário de outros tempos, o Sporting demonstrou um querer, garra e devoção assinaláveis, tendo lutado pela vitória até ao último minuto do jogo.

Paulo Bento colocou em campo uma equipa sem medo, cimentada num sistema de 4 defesas, com dois laterais agressivos (Caneira e Tello), um médio defensivo (Veloso), dois médios com características ofensivas (Moutinho e Carlos Martins), dois pontas de lança e um avançado de apoio a estes últimos (Nani). Ou seja, matematicamente, a estratégia de Paulo Bento era 60% atacante (0,5Caneira + 0,5Tello + 2Moutinho/Martins + 1Nani + 2Liedson/Alecasandro).

Abdicou-se, deste modo, de um lateral com características mais defensivas (Abel) e de um médio defensivo (Paredes). Noutros tempos, abdicar-se-ia mesmo, por ventura, de um ponta de lança, outorgando a equipa de uma maior consistência ao nível do meio campo.

Por esta última razão, talvez, o Sporting, nos últimos minutos da primeira parte, tenha andado um pouco à deriva, mercê da subida do Bayern e da notória desinspiração de Carlos Martins e Nani. O primeiro não acertou uma única marcação. O segundo, perdido em campo, não conseguia ter jogo e compensar defensivamente.

Como tal, os quatro defesas mais o Moutinho e o Veloso não deram para tanta organização alemã e o golo foi inevitável, conforme eu próprio havia vaticinado ao Visconde MGF minutos antes do malfadado acontecer.

A estes factores, aliou-se o facto de o Sporting ter optado por defender "à zona", preterindo a marcação individual às pedras chave do Bayern. Jogava-se assim no erro do adversário e na capacidade de recuperação de jogo a meio campo de Moutinho e Miguel Veloso.

Contudo, os alemães são muito poderosos na troca de bola e, durante cerca de 20 minutos, o Sporting esteve sempre no meio da peladinha que ia sendo protagonizada pelo meio campo e ataque do Bayern.

No entanto, não condeno minimamente a estratégia de Paulo Bento que procurou discutir a vitória com uma das mais poderosas formações do Mundo. Teve, conforme referi supra, azar no não habitual desacerto de Martins e na rara desinspiração de Nani, que não ajudaram defensivamente a equipa.

Com um sistema mais defensivo teríamos empatado? Não sabemos. Contudo, também não sabemos se, com um tal sistema, teríamos perdido por uma margem mais dilatada.

Preferi assim. Um Sporting a lutar de peito aberto com um colosso mundial e, na primeira meia hora da segunda parte, a sufocar o adversário.

Não conseguimos o empate por sorte do Bayern e azar nosso. Sorte que esperamos ter no próximo dia 31, às 19h45 (GMT), e azar que esperamos que o Inter tenha no mesmo dia, às 17h30 (GMT).

A verdade é que temos equipa, temos treinador e temos, sobretudo, um grande futuro, consigamos nós manter alguns dos miúdos mais uns anos em Alvalade.