matemática complicada
Ou quando 3 + 2 = mais do mesmo.
Este fim-de-semana, a pequena ilha de Chipre (de onde saiu a maior surpresa da edição deste ano da Champions, junto com a passagem do Sporting na 4ª jornada) estreará uma novidade que promete em breve chegar aos relvados portugueses - 5 árbitros de campo. 2 Árbitros por trás das balizas (à Hoquei, suponho) é a nova ideia da UEFA para tentar apaziguar as críticas generalizadas (sim, não é só em Portugal) à arbitragem.
Embora seja uma solução para se tentar eliminar os penaltis por marcar e os golos fantasma, o céptico adepto português (como eu) vai certamente identificar um perigo tão grande como as potenciais vantagens - mais 2 árbitros significa mais 2 possibilidades para os mesmos senhores escolherem entre os mesmos indivíduos mais 2 pessoas para poderem influenciar um resultado. É que o que eles vêm pode ser tão ou mais perigoso do que o que não vêm. Será que a partir dessa altura se vai começar a punir tudo o que é agarrão e puxão dentro da área? E que outras funções terão estes senhores (se estiverem à espera que a bola chegue à área para poderem intervir, bem que podem trazer a espreguiçadeira de casa) - contar os segundos que o guarda-redes leva a repôr a bola em jogo? Certificarem-se que os guarda-redes não cospem nas luvas?
Com o pretexto de não desumanizar o jogo ao recorrer a auxílios tecnológicos, continua-se a encher o relvado de mais senhores de apito, bandeiras e... (o que terão estes? lanternas para sinais luminosos?). Vai ter que se aumentar o quadro de juízes, mais salários para pagar, mais pãezinhos para cozinhar.
Conclusão: tudo na mesma - vai continuar a ser preciso fazer barulho, pressionar as instâncias e ter os olhos bem abertos e tentar pôr os senhores em sentido...
1 Comments:
Caro MP,
Antes de mais, bem vindo de volta às postagens!
Quanto ao assunto em causa, confesso que não sei como funcionará este sistema de 8 olhos sobre a grande área (árbitro, fiscal de linha e 2 fiscais de área).
Julgo que deverá funcionar em conferência sempre que haja um lance dúvidoso. A opinião maioritária deverá prevalecer, sendo que em caso de empate o árbitro terá o voto de presidente.
Ao contrário do que sustentas, julgo que este sistema será sem dúvida melhor do que aquele actualmente existente.
Com efeito, e existindo boa-fé, haverá mais hipóteses de os lances serem bem ajuízados (8 olhos enxergam melhor que 4) e implicará uma maior responsabilização dos árbitros, na medida em que é reduzida a tolerância de erro.
Não resolverá o problema, mas será sem dúvida uma evolução significativa.
A ver vamos, mas todas as iniciativas para reduzir o erro são bem vindas.
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